
Reutilizar Vials no Laboratório: Economia ou Risco?
Muitos laboratórios buscam reduzir custos reutilizando vials para amostradores automáticos, mas essa prática pode comprometer a qualidade das análises cromatográficas. Estudos demonstram que a lavagem dos vials não remove completamente os contaminantes e pode causar danos físicos ao vidro, impactando diretamente os resultados de HPLC e GC.
Neste artigo, você descobrirá os principais riscos da reutilização de vials e por que essa economia pode sair cara.
Por Que Não Reutilizar Vials?
Os vials cromatográficos são projetados para uso único, garantindo que cada análise seja livre de interferências. No entanto, muitos laboratórios utilizam máquinas de lavar vidrarias para tentar reaproveitá-los.
A lavagem pode causar:
- Danos físicos ao vidro, comprometendo a vedação e a integridade do frasco.
- Contaminação imprevisível, interferindo nos picos cromatográficos e nos resultados analíticos.
- Aumento da taxa de evaporação, afetando a concentração das amostras.
Cuidados na Crimpagem
- Não mergulhe o crimper em água ou solventes. Limpe a parte externa com um pano úmido e detergente neutro.
- Evite contato com materiais corrosivos. Se ocorrer, utilize uma solução neutralizante para a limpeza.
- Remova resíduos das garras internas com um cotonete ou pedaço de pano.
Teste 1: Taxa de Evaporação dos Vials
Para avaliar o impacto da reutilização, foram comparados três tipos de vials:
- Amostra 1: Vial transparente de rosca 9mm lavado e reutilizado.
- Amostra 2: Vial âmbar de rosca 9mm lavado e reutilizado.
- Amostra 3: Vial transparente de rosca 9mm novo.
Evaporação em Temperatura Ambiente
- Os vials foram preenchidos com metanol e deixados em temperatura ambiente por 1 hora.
- O peso inicial foi aferido em balança analítica.
- Os frascos foram mantidos no rack de amostras por 1 semana.
- Após esse período, os vials foram pesados novamente para calcular a perda por evaporação.
Evaporação em Alta Temperatura
- Os vials foram incubados a 40°C por 24 horas.
- O peso final foi comparado ao peso inicial.
Resultado
Os vials reutilizados apresentaram maior taxa de evaporação, comprometendo a concentração das amostras e a confiabilidade dos resultados.

Danos na Estrutura do Vidro
Os vials de vidro borossilicato passam por um rigoroso processo de fabricação para garantir uma superfície lisa e livre de imperfeições. Após a moldagem, eles são submetidos a um processo de recozimento, que reforça a estrutura do vidro.
Contudo, quando reutilizados, os vials podem apresentar arranhões internos e pequenas fraturas, tornando a superfície irregular e suscetível à adsorção de amostras.
Os principais problemas causados pelos danos estruturais incluem:
- Variação na taxa de evaporação, comprometendo a concentração da amostra.
- Maior adsorção de solutos básicos, dificultando a limpeza e a precisão da análise.
- Risco de quebra no amostrador automático, podendo danificar o equipamento e gerar retrabalho.
Conclusão
A crimpagem correta de vials é fundamental para a segurança e confiabilidade das análises laboratoriais. Ajustar o alicate crimper corretamente evita falhas na vedação e aumenta a eficiência no laboratório.
Agora que você sabe como crimpar um vial corretamente, certifique-se de usar os melhores crimpers para garantir um desempenho ideal!


Teste 2: Comparação por CGC/MS
Para analisar os níveis de contaminação dos vials reutilizados, foi realizado um teste com Cromatografia Gasosa acoplada à Espectrometria de Massas (CGC/MS). O experimento utilizou 1 ml de etanol como amostra para um teste em branco (corrida apenas com o solvente). Os parâmetros da corrida estão listados abaixo:

Resultados do Teste 2
- Vials Âmbares: Os vials reutilizados apresentaram contaminação por polissiloxanos cíclicos, que podem interferir nos resultados analíticos.
- Vials Transparentes: Foram observadas distorções de cauda nos picos cromatográficos, indicando a presença de contaminantes indesejados.


Os gráficos de TIC (Total Ion Count) mostram que os vials reutilizados apresentam picos adicionais e inesperados, comprometendo a reprodutibilidade das análises.
Conclusão
Os resultados cromatográficos podem ser comprometidos pela reutilização dos vials, resultando em picos não reprodutíveis e falhas nos métodos cromatográficos. Esse fator pode ser uma das principais causas de resultados inconsistentes, exigindo retrabalho e prolongando os tempos de análise.
Ao calcular os custos, o tempo gasto na investigação de falhas e repetição de testes dificilmente compensa a tentativa de economizar com a reutilização de consumíveis.
Para garantir resultados confiáveis e reprodutíveis, o uso de vials e septos novos a cada análise é essencial.